JBS vê chance de o Brasil entrar em novos mercados em meio às tarifas de Trump
CEO da JBS destaca que a sobretaxa dos EUA pode impulsionar a diversificação do mercado de proteína animal brasileiro. O Brasil busca novos parceiros comerciais, enquanto o governo reforça o compromisso com a estabilidade e o diálogo institucional.
Sobretaxa de 50% imposta pelos EUA sobre produtos brasileiros pode reorganizar o mercado de proteína animal, segundo Gilberto Tamazoni, CEO da JBS, em conferência na Fiesp.
Ele ressaltou que Brasil e EUA são complementares no mercado de carnes, com produtos brasileiros utilizados em diversas fabricações, como hambúrgueres. Os EUA exportam cerca de 25% da sua produção de carnes.
Tomazoni alertou que, se as tarifas forem mantidas, o comércio, que foi de 200 mil toneladas no 1º semestre, pode cair. Produtores locais podem direcionar mais produtos para o mercado interno ou buscar outros países como a Austrália.
A JBS, maior processadora de carnes do mundo, espera valorização com a abertura de capital e busca aproximar investidores dos EUA. A diversificação geográfica é uma estratégia para gerenciar flutuações do mercado.
Dario Durigan, do Ministério da Fazenda, também destacou a importância da diversificação de mercados para assegurar reservas cambiais e proteger o Brasil em momentos de crise.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, defendeu que o Brasil lidere uma refundação da OMC, que está em crise. O governo Lula já acionou os EUA na OMC em resposta às tarifas, apesar de a última instância estar paralisada, o que pode impedir resultados práticos.
Esse movimento é um gesto simbólico para reafirmar a posição do Brasil em defesa do sistema multilateral de soluções comerciais.