José Guimarães cobra ajuste na base após revés do IOF
José Guimarães defende reestruturação na articulação política do governo após derrota sobre o IOF. O deputado acredita que a instabilidade no Legislativo deve ser endereçada com diálogo e formação de alianças estratégicas.
Líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), pediu um “ajuste geral” na articulação política após a derrubada do decreto que elevava o IOF, considerado o maior revés do Planalto em 2025.
Em entrevista ao O Globo, Guimarães afirmou que o governo precisa recompor sua base no Congresso e que a responsabilidade é compartilhada por Câmara e Senado. Ele defendeu a formação de uma federação política com PDT e Psol para 2026.
A derrota do governo ocorreu em uma votação relâmpago no Congresso, com 383 votos na Câmara e aprovação por aclamação no Senado. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), não avisou o governo antes de pautar a votação, levando aliados a considerarem levar o assunto ao STF.
Guimarães considerou a derrubada do IOF um “desserviço ao país”, que pode forçar o Executivo a novos contingenciamentos. Ele pediu uma relação mais estável com os presidentes do Congresso e criticou a condução da votação por Motta.
O deputado sugeriu que a crise foi exacerbada pelo clima eleitoral antecipado no Congresso. Ele negou erro do presidente Lula, afirmando que o recuo do IOF foi uma decisão planejada, com a intenção de adotar uma MP com cortes de gastos entre R$ 10 bilhões e R$ 20 bilhões até 2026.
Guimarães destacou a lentidão do governo na execução do orçamento e defendeu cortes em programas não estratégicos. Também criticou a resistência dos setores econômicos ao aumento da carga tributária, afirmando: “Os de cima precisam pagar a conta que nunca pagaram”.