JPMorgan: Brasil levou balde de água fria e pode haver mais deterioração para ativos
Tarifas de Donald Trump sobre exportações brasileiras provocam turbulência no mercado, com queda do Ibovespa e desvalorização do real. JPMorgan avalia que impacto no PIB pode ser significativo se tarifas se mantiverem, mas mantém uma perspectiva positiva a longo prazo.
Semestre de 2025: ações brasileiras tiveram bom desempenho global, beneficiadas pelo dólar fraco e pela guerra comercial.
Tarifas Americanas: Em 9 de julho, Donald Trump anunciou tarifas de 50% sobre exportações brasileiras, começando em 1º de agosto.
Reação do Brasil: O presidente Lula respondeu com a proposta de tarifas recíprocas, seguindo a “Lei de Reciprocidade Econômica” de abril de 2025.
Impacto no Mercado: O Ibovespa caiu 1,3% e o real (BRL) se desvalorizou 2,2% após o anúncio. JPMorgan avalia que as tarifas podem não ser um fato consumado e negociações podem ocorrer.
Desempenho Geral: No primeiro semestre, Ibovespa subiu 15,4% e o dólar caiu 12%. O cenário permanece positivo a médio e longo prazo.
Setores Mais Afetados:
- Industriais e Materiais (ex: Embraer, Tupy, WEG) com 6% a 13% de receitas em risco.
- Vale: impacto limitado, receitas nos EUA abaixo de 1%.
- Setor de Papel e Celulose: Suzano com 16% e Klabin com menos de 2% de receitas nos EUA.
- Setor Discricionário: Azzas e Alpargatas com cerca de 10% de receitas nos EUA.
- Petróleo: impacto limitado devido ao mercado internacional de commodities.
- Setores financeiros, imobiliário, saúde e outros não têm exposição direta.
Impacto Macroeconômico: Estimativa de impacto no PIB: 0,2% a 0,3% para cada aumento de 10 pontos percentuais na tarifa. Com a tarifa de 50%, impacto total de 0,8% a 1,2% do PIB.
Conclusão: Incertezas sobre tarifas e negociações mantém previsões de crescimento do PIB inalteradas por enquanto.