Judicialização do IOF: líder do governo reconhece tensão com Congresso, mas defende decisão de Lula
José Guimarães defende ação de Lula no STF como defesa das atribuições do Executivo, apesar de gerar tensão com o Congresso. O líder do governo busca minimizar o impacto político da judicialização, que provoca debates sobre a separação dos Poderes.
José Guimarães (PT-CE), líder do governo, defendeu a decisão de Luiz Inácio Lula da Silva de recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) após o Congresso Nacional derrubar o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Guimarães afirmou que a judicialização é um exercício legítimo do Executivo, não um enfrentamento com o Legislativo. Ele explicou que a ação busca preservar as atribuições do governo, conforme o parecer da Advocacia-Geral da União (AGU).
A decisão de Lula, que provocou mal-estar entre parlamentares, foi classificada por alguns como um sinal de "guerra institucional". Apesar disso, Guimarães tentou minimizar a crise, afirmando que o ideal é “não estendê-la” e que já comunicou o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), sobre a judicialização.
A bancada do PT também se manifestou, defendendo que a derrubada do decreto violou a separação dos Poderes e interferiu na competência do Executivo. Para o partido, o decreto que aumentava o IOF era constitucional.
Na semana passada, o Congresso derrubou, por ampla maioria, o decreto do governo, contrariando o Palácio do Planalto. Após isso, Lula determinou que a AGU ingressasse no STF com uma Ação Declaratória de Constitucionalidade (ADC) para garantir a validade do decreto.
Essa judicialização intensificou a tensão entre os Poderes, e o julgamento no STF ainda não tem data definida.