Juiz liberta estudante pró-Palestina e critica ameaça à liberdade de expressão nos EUA
Juiz reconhece violação dos direitos de liberdade de expressão da estudante, cuja detenção motivou protestos nos EUA. Rumeysa Ozturk, agora em liberdade, aguarda apoio da Universidade Tufts após semanas em centro de imigração.
Um juiz federal determinou que o governo Trump libere Rumeysa Ozturk, estudante da Universidade Tufts, detida por mais de seis semanas em um centro de imigração na Louisiana. Sua prisão se deu após artigo crítico sobre a resposta da universidade à guerra entre Israel e Gaza.
O juiz William Sessions, em audiência em Vermont, concedeu fiança a Ozturk, afirmando que sua detenção violava seus direitos da Primeira Emenda. Ele ressaltou que tal detenção poderia "intimidar a liberdade de expressão" de outros.
Após a audiência, Ozturk, que participou online, foi vista abraçando sua advogada. A Universidade Tufts prometeu ajudá-la com moradia após sua liberação.
A detenção, ocorrida em 25 de março, foi registrada em vídeo e se tornou viral. O Departamento de Estado revogou seu visto, acusando-a de apoio ao Hamas, mas as únicas justificativas foram as críticas feitas no artigo sobre o "genocídio palestino".
A ACLU argumentou que sua prisão foi ilegal e motivada por sua liberdade de expressão. Ozturk, de 30 anos e bolsista Fulbright, foi transferida para Louisiana, mesmo após um juiz de Massachusetts proibir sua remoção.
Recentemente, um tribunal rejeitou a tentava de deportação de outro estudante palestino, Mohsen Mahdawi, da Universidade Columbia, evidenciando a tensão sobre as deportações de ativistas pró-palestina.
Durante a audiência, Ozturk informou sobre crises de asma agravadas pelas condições do centro, como superlotação e má ventilação, e destacou que tinha sofrido mais crises durante sua detenção do que nos últimos dois anos.