Juízes receberam até R$ 678 mil em 2024; desembargadora ganhou 18 vezes mais que ministro do STF

Fórum Trabalhista em Joinville se destaca pela sua arquitetura entre edifícios vizinhos, possuindo 11 andares. Os primeiros andares são usados para recepção e serviços administrativos, enquanto as Varas do Trabalho estão a partir do 6º andar.

O juiz Cesar Nadal Souza, aposentado em abril de 2024 da 1.ª Vara do Trabalho de Joinville, recebeu R$ 672.663,87 em seu último contracheque em dezembro de 2024, mesmo após ter um subsídio-base de R$ 37.731,80. O valor elevado se deve a vantagens eventuais, como 13.º salário e reembolso de férias, que não incidem em imposto de renda.

O Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina explicou que esse montante é resultado de uma decisão judicial que reconheceu o direito ao pagamento retroativo do abono de permanência.

A desembargadora Silza Helena Bermudes Bauman, do TRT-2, recebeu o maior salário do Judiciário em 2024, totalizando R$ 678.386,57, considerando passivos de abono permanência acumulados.

Outro juiz, Wagner Ramos de Quadros, que se aposentou em dezembro, recebeu R$ 581.273,51, e Erico Santos da Gama e Souza obteve R$ 539.173,04 em sua aposentadoria. Leandra da Silva Guimarães também figurou entre os principais salários, com R$ 492.904,86.

Tanto Quadro quanto Guimarães receberam valores referentes a férias não gozadas por alta demanda processual, prática comum entre magistrados. Em dezembro, o TRT-2 destacou que a folha de pagamento reflete acertos decorrentes das aposentadorias.

Em suma, os altos valores recebidos por esses magistrados são oriundos de abono permanência e pagamentos de férias não usufruídas, seguindo as normas do CNJ e TCU.