Jurista retira candidatura para Suprema Corte e gera crise política na Alemanha
Frauke Brosius-Gersdorf desiste de candidatura à Suprema Corte em meio a polêmicas e disputas políticas. A jurista enfrentou ataques à sua reputação e alegações infundadas, levantando questões sobre machismo na política alemã.
Controvérsia na Alemanha sobre candidatura à Suprema Corte resulta em renúncia.
A jurista Frauke Brosius-Gersdorf renunciou, em 7 de setembro, à sua candidatura à Corte Constitucional da Alemanha após tensões na coalizão governamental. O motivo: a CDU, partido conservador, rejeitou sua eleição.
Brosius-Gersdorf, professora da Universidade de Potsdam, foi indicada pelo SPD, partido de centro-esquerda. Sua candidatura gerou polêmica, incluindo acusação de plágio que, embora refutada, contribuiu para um debate crescente sobre suas qualificações.
Além disso, surgiram críticas sobre sua postura em relação ao aborto, sendo que sua posição é considerada liberal, alinhada à maioria da população. A situação é complexa na Alemanha, onde abortos são ilegais mas não punidos nos primeiros três meses de gravidez.
Rumores de que ela defenderia aborto até o parto foram desmentidos, mas se espalharam nas redes sociais. Brosius-Gersdorf afirmou que tais afirmações são “desinformação e difamação”.
Ela também enfrentou críticas por ter apoiado a vacinação obrigatória durante a pandemia de Covid-19. Em suas declarações, afirmou que a controvérsia vai além dela, afetando a democracia do país.
A ex-ministra Annalena Baerbock mencionou que a situação pode refletir machismo no tratamento de mulheres na política. Diante da resistência na CDU, Brosius-Gersdorf optou por se retirar para evitar intensificar a disputa na coalizão.
O líder da bancada da CDU, Jens Spahn, elogiou sua decisão, ressaltando que merece respeito.