Juro alto freia produção de caminhões, diz Anfavea
A persistência da alta na taxa de juros pode impactar negativamente a produção de caminhões no Brasil, com o setor enfrentando desafios devido aos custos elevados de financiamento. O presidente da Anfavea alerta para uma possível queda acentuada na produção e vendas nos próximos meses, embora o mercado de carros mostre recuperação.
Aumento da taxa de juros pode impactar a produção de veículos de carga no Brasil, conforme declarou Igor Calvet, presidente da Anfavea.
O BC (Banco Central) elevou a Selic para 14,75% ao ano em 7 de maio de 2025, posicionando o Brasil como o 3º país com a maior taxa real de juros global. Nova alta da Selic é esperada em junho.
Calvet apontou que as vendas de caminhões concentram-se em empresas com grandes frotas, destacando que a juros elevados (pelo menos 20% ao ano) desestimulam investimentos. “Quem compra um caminhão... terá desembolsado o equivalente a 2 caminhões no final do pagamento,” declarou.
Ele não se opõe à política monetária do BC, mas expressou preocupação com sua intensidade.
No Brasil, 11.000 caminhões foram produzidos em abril de 2025, uma queda de 6% em comparação a março. Com isso, as vendas em janeiro a abril caíram 0,4% em relação ao mesmo período de 2024.
Calvet acredita que a queda na produção tende a se acentuar com a Selic elevada e destacou que as vendas dependem de uma expectativa de crescimento do PIB.
Em 2024, o PIB brasileiro cresceu 3,4%, mas analistas preveem 2,14% em 2025 e 1,7% em 2026.
Por outro lado, a produção de carros aumentou 21,4% em abril comparado a março, com vendas internas subindo 7,4% e exportações crescendo 27,3%.
Abaixo, trechos da entrevista: