Juros futuros avançam com pressão do IPCA e ambiente externo
Juros futuros encerram o pregão em alta, impulsionados pela aceleração da inflação em fevereiro. Expectativa de aumento na taxa Selic pelo Banco Central deve acontecer na próxima reunião do Copom.
Juros futuros encerram o pregão de hoje em alta, exceto as taxas de prazo menor, em resposta ao IPCA de fevereiro, que subiu 1,31%. A aceleração da inflação pressionou a curva a termo, especialmente os vértices de longo prazo.
Taxas de contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram as seguintes variações:
- DI janeiro 2026: 14,70% (queda de 14,715%)
- DI janeiro 2027: 14,565% (alta de 14,545%)
- DI janeiro 2029: 14,545% (alta de 14,47%)
- DI janeiro 2031: 14,71% (alta de 14,59%)
O economista-chefe do Banco BMG, Flávio Serrano, indica que a inflação permanecerá pressionada, devendo o IPCA ultrapassar 5% ao ano, o que justifica o ciclo de aperto monetário.
Expectativa para a próxima reunião do Copom: aumento da taxa Selic em 1 ponto percentual, alcançando 14,25%. Serrano prevê um encerramento do ciclo com mais uma alta de 0,5 ponto percentual, a 14,75%.
O início de cortes de juros pode ocorrer ao fim de 2025, a depender do desempenho da economia e da inflação. Sem grandes mudanças, a Selic poderia ultrapassar 14,75%.
No cenário internacional, a taxa da T-note americana subiu de 4,285% a 4,315%, influenciada por incertezas sobre tarifas comerciais. O dado de inflação americana foi visto como "notícia velha" por analistas, que destacam que a pressão de tarifas pode impactar a inflação geral.