Juros futuros sobem com pressão dos Treasuries após ‘payroll’ forte
Juros futuros sobem em meio a dados do mercado de trabalho dos EUA e leilão de títulos do Tesouro Nacional. Expectativas sobre cortes de juros pelo Federal Reserve são ajustadas após os relatórios recentes.
Juros futuros encerraram o pregão desta quinta-feira (3) em alta, sob pressão dos títulos do Tesouro dos EUA, após a divulgação do relatório de empregos de junho (payroll).
A criação de empregos acima do previsto e a queda inesperada da taxa de desemprego para 4,1% reforçaram a percepção de um mercado de trabalho forte, evitando cortes de juros do Federal Reserve a curto prazo.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento para janeiro de 2026 subiu para 14,92%. As taxas dos DIs com vencimentos em 2027, 2029 e 2031 também apresentaram altas.
Nos EUA, a taxa da T-note de dois anos fechou em 3,892% e a de dez anos em 4,351%.
O payroll indicou que a economia americana gerou 147 mil empregos no mês passado, superando a expectativa de 110 mil. Economistas do Wells Fargo afirmaram que os dados tornam improvável um corte de juros na reunião de julho, mas um ciclo de flexibilização pode começar em setembro.
O cenário-base do Wells Fargo e do mercado precifica uma chance de 43,6% de que os Fed funds encerrem o ano entre 3,75% e 4%, refletindo dois cortes de 0,25 ponto percentual.
No Brasil, o leilão de 18 milhões de títulos prefixados indicou que o Tesouro Nacional manterá uma estratégia agressiva na gestão da dívida pública, com 83% do volume vendido, adicionando risco à curva de juros.
A apreciação do real e a previsão da XP Investimentos anteciparam o ciclo de cortes de juros do Banco Central para janeiro de 2024. A expectativa é que, mesmo com projeções de juros de 15% em 2025 e 12,50% em 2026, a queda possa ser mais acentuada se reformas fiscais ganharem força após as eleições.