Juros futuros sobem em meio a preocupações com a área fiscal no Brasil e nos EUA
Taxas de DIs sobem em meio a preocupações sobre déficits nos EUA e no Brasil. Mercado local reage ao rebaixamento da classificação de risco americana e à nova medida fiscal do governo brasileiro.
Taxas dos DIs em alta na quarta-feira, seguindo o avanço dos rendimentos dos Treasuries devido a preocupações com o déficit fiscal nos EUA.
A taxa do DI para janeiro de 2026 fechou em 14,755%, subindo de 14,733% na sessão anterior. Para janeiro de 2027, a taxa foi de 14,05% (alta de 8 pontos-base).
Entre os contratos longos, destaque para janeiro de 2031 em 13,88% (alta de 12 pontos-base) e janeiro de 2033 em 13,95%.
Desde o rebaixamento da classificação de risco dos EUA pela Moody’s, investidores estão preocupados com a situação fiscal norte-americana. Deputados republicanos tentam aprovar um projeto de corte de impostos que pode aumentar a dívida nacional entre US$3 trilhões e US$5 trilhões.
Luciano Rostagno, da EPS Investimentos, comenta que as taxas estão em alta expressiva, pressionando a curva brasileira também, enquanto os problemas fiscais do Brasil ainda preocupam os investidores.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória sobre o setor elétrico, ampliando a gratuidade da conta de luz para mais de 40 milhões de brasileiros. Contudo, houve inquietação sobre os impactos fiscais da nova legislação.
Na reta final da sessão, a taxa do DI para janeiro de 2027 atingiu a máxima de 14,06%, enquanto a taxa para janeiro de 2031 alcançou 13,90%.
Perto do fechamento, a curva precificou 89% de chance de manutenção da taxa Selic em junho, com 11% de chance de aumento de 25 pontos-base. Atualmente, a Selic está em 14,75% ao ano.
No exterior, o rendimento do Treasury de dez anos subiu para 4,585%.