Juros futuros têm leve alta após estresse com tarifas
Juros futuros equilibram-se após o impacto das ameaças tarifárias de Trump, mas seguem voláteis no mercado. Expectativa de diálogo entre os presidentes Brasil e EUA traz leve alívio, embora preocupações persista em relação à corrida eleitoral e políticas econômicas.
Juros futuros tiveram alta modesta nesta sexta-feira (11), após um começo tenso devido a ameaças tarifárias do presidente dos EUA, Donald Trump.
As taxas sofreram pressão inicial pela aversão a risco global, após Trump anunciar tarifas de 50% sobre importações brasileiras.
Participantes do mercado ajustaram suas posições, sinalizando que a escalada da tensão entre Brasil e EUA pode não ocorrer.
As taxas do DI foram:
- Janeiro 2026: de 14,935% para 14,94%
- Janeiro 2027: de 14,30% para 14,33%
- Janeiro 2029: de 13,46% para 13,48%
- Janeiro 2031: de 13,615% para 13,62%
Enquanto isso, os Treasuries americanos avançaram, com a T-note de dez anos passando de 4,351% para 4,412%.
A volatilidade dominou o dia, com o mercado doméstico acompanhando a aversão a risco ao anunciar tarifas adicionais sobre o Canadá e a União Europeia.
A recuperação dos juros futuros foi impulsionada pela expectativa de uma conversa entre Trump e o presidente brasileiro Lula.
Apesar disso, analistas consideram difícil um desfecho rapidado entre os dois países. Trump justifica as tarifas com questões políticas, enquanto Lula não sinaliza recuo.
O economista Brandon McKenna do Wells Fargo acredita que as tarifas não terão grande impacto macroeconômico, mas podem influenciar a eleição presidencial de 2026.
Ele sugere que, embora Lula enfrente desafios, a combinação de políticas populistas e nacionalismo pode aumentar suas chances de reeleição.
O cenário indica, no entanto, maior volatilidade e enfraquecimento do real ante o dólar até 2026.