Juros futuros têm movimentos discretos em pregão com foco no exterior

Juros futuros apresentaram divergência entre quedas e avanços moderados nesta terça-feira (1). As taxas seguiram amplamente o comportamento dos títulos do Tesouro americano, influenciadas por dados de atividade e mercado de trabalho dos EUA, além de comentários de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve (Fed), no Fórum de Sintra do Banco Central Europeu (BCE).

Após o fechamento do mercado:

• DI janeiro 2026: de 14,93% para 14,915%
• DI janeiro 2027: de 14,09% para 14,105%
• DI janeiro 2029: leve alta de 13,07% para 13,08%
• DI janeiro 2031: de 13,185% para 13,16%

Nos EUA:

• T-note 10 anos: 4,228% para 4,238%
• Título de 2 anos: 3,723% para 3,789%

Resultados indicam uma economia robusta em razão da resiliência do mercado de trabalho. O PMI da indústria subiu de 48,5 para 49, e o relatório Jolts apontou 7,769 milhões de vagas em maio, superando as 7,3 milhões esperadas.

A pressão nos Treasuries afetou o mercado brasileiro. Estrategistas do BMO Capital Markets destacam a redução das apostas em cortes de juros pelo Fed, mesmo após Powell mostrar-se aberto a flexibilizações nas reuniões futuras.

No Brasil, o governo decidiu judicializar a derrubada do aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), sinalizando tensões entre o Executivo e o Congresso. Essa situação pode impactar o prêmio de risco nos juros futuros.

Segundo a Kinea Investimentos, a desaceleração econômica será acompanhada de inflação sob controle, abrindo espaço para possíveis cortes na Selic entre o fim de 2025 e o início de 2026. A curva de juros futuros pode passar por correções em baixa devido a essa normalização da política monetária.

A carta da Kinea sugere que é prudente manter posições que se beneficiem da queda das taxas, dado que a inclinação da curva sugere prêmios a serem capturados.