Juros futuros têm queda firme com ajuste de posições após movimento de fuga do risco
Investidores reagem a preocupações sobre a economia dos EUA e guerra tarifária, ajustando suas posições no mercado de DIs. Com o IPCA prestes a ser divulgado, taxas de juros apresentam quedas significativas.
Taxas do DI em Queda
As taxas dos DIs fecharam a terça-feira em queda no Brasil, com investidores ajustando posições após o clima de “risk-off” da véspera, motivado por preocupações com a desaceleração da economia dos EUA e a guerra de tarifas.
A taxa do DI para janeiro de 2026 caiu para 14,71% (anterior: 14,791%), enquanto a de janeiro de 2027 ficou em 14,53% (anterior: 14,701%).
Entre as taxas mais longas, a de janeiro de 2031 estava a 14,59% (anterior: 14,82%), e a de janeiro de 2033 também em 14,59% (anterior: 14,81%).
A expectativa era pela divulgação do IPCA de fevereiro, que pode impactar o cenário atual.
Flavio Serrano, economista-chefe do banco Bmg, justificou a queda com a desaceleração econômica global: “Câmbio e juros estão voltando bem. Só a bolsa não se recuperou.”
Às 12h54, a taxa do DI para janeiro de 2033 alcançou a mínima de 14,55%.
No cenário externo, receios sobre a guerra tarifária influenciaram o comportamento dos negócios, levando a uma alta nos rendimentos dos Treasuries.
João Ferreira, da One Investimentos, observou uma volatilidade tremenda na curva brasileira. A queda das taxas é reflexo de dados de PIB mais baixos e do impacto esperado do IPCA.
Economistas projetam inflação de 1,30% para fevereiro, e 5,05% no acumulado de 12 meses.
Perto do fechamento, o mercado precificava 97% de probabilidade de uma alta de 100 pontos-base na Selic em março, atualmente a 13,25% ao ano.
As dúvidas giram em torno da Selic a partir de maio, com probabilidade de várias elevações distintas.
Aos 16h37, o rendimento do Treasury de dez anos subia 6 pontos-base, a 4,276%.