Juros futuros têm queda forte de olho em política monetária do Brasil e dos EUA
Taxas de juros no Brasil caem significativamente, refletindo expectativas de cortes futuros na Selic. Comentários do Banco Central e otimismo do mercado impulsionam a movimentação nas últimas horas do pregão.
Juros futuros encerraram a sessão de quinta-feira (7) com forte queda, especialmente em prazos mais longos.
Após um dia moderadamente positivo, as taxas acentuaram a queda no fim da sessão. Não houve um único fator claro, mas apostas em flexibilização monetária, a nomeação de um novo diretor do Federal Reserve (Fed) e sinalizações políticas no Brasil favoreceram a melhoria do mercado.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2026 caiu de 14,905% para 14,895%; o DI de janeiro de 2027 recuou de 14,145% a 14,10%; o DI de janeiro de 2029 diminuiu de 13,365% para 13,26%; e o DI de janeiro de 2031 teve uma queda significativa de 13,59% a 13,46%.
A agenda local teve poucos direcionadores, e as taxas operavam em leve recuo até tarde da tarde, influenciadas por um ambiente externo estável e um leilão pequeno de títulos do Tesouro Nacional. O posicionamento leve dos investidores e a liquidez tímida permitiram a acentuação da queda nas taxas.
Comentários do diretor de Política Monetária do Banco Central, Nilton David, durante evento da Porto Asset, enfatizaram a cautela do BC, mas destacaram a melhora nas medidas de inflação. A interrupção do ciclo de alta de juros, com a Selic em 15%, foi vista como menos conservadora pelo mercado.
Gestores mostraram otimismo sobre cortes de juros, com Bruno Serra, da Itaú Asset Management, prevendo inflação mais baixa do que as projeções do BC e sugerindo cortes em dezembro. Marco Freire, da Kinea Investimentos, acredita em 4,5 pontos percentuais de cortes nos próximos anos, focando em 2028 e 2029.
Enquanto isso, a curva de Treasuries foi influenciada por especulações sobre a sucessão do presidente do Fed, Jerome Powell. O diretor Christopher Waller é atualmente o nome mais cotado. Apesar de uma leve alta, o rendimento da T-note de dois anos fechou em 3,736%.
Sinais de reaproximação entre Tarcísio de Freitas e Jair Bolsonaro também foram mencionados como fatores que melhoraram o mercado, embora o impacto real permaneça incerto.