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Juros longos sobem e curva inclina com ata do Copom e risco político

Investidores reagem à ata do Copom e à prisão domiciliar de Bolsonaro, levando a uma alta nos juros de longo prazo. O cenário político e a expectativa de cortes na taxa de juros permanecem incertos, impactando a curva a termo.

Juros futuros de longo prazo encerraram o pregão de terça-feira (5) em alta, contrastando com a estabilidade dos prazos mais curtos.

A liquidez reduzida nos contratos de prazos longos amplificou as movimentações, enquanto a curva a termo ficou inclinada devido à divulgação da ata do Copom e ao impacto político da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A ata do Copom indicou cautela, mas reconheceu que a política monetária restritiva está afetando a economia. Isso segurou as taxas de curto prazo, enquanto a ponta longa da curva sofreu com risco político e possíveis retaliações do governo dos EUA.

  • Taxa do contrato DI para janeiro de 2026: de 14,91% a 14,905%
  • Taxa do DI de janeiro de 2027: de 14,155% para 14,165%
  • Taxa do DI de janeiro de 2029: de 13,35% a 13,415%
  • Taxa do DI de janeiro de 2031: de 13,57% para 13,65%

O Copom indicou que os cortes de juros devem demorar devido a um cenário inflacionário e externo adverso, além de um mercado de trabalho robusto.

Alguns participantes do mercado interpretaram a ata como menos rigorosa, evidenciando surpresas baixistas na inflação e uma desaceleração no crédito. Essa percepção contribuiu para a manutenção dos juros futuros de curto prazo próximos aos vencimentos anteriores.

A deterioração nas taxas de longo prazo ocorreu em meio à cautela sobre a prisão de Bolsonaro, embora alguns agentes acreditassem que o impacto seria limitado. No entanto, a liquidez reduzida nessa região colaborou para as variações.

Além disso, os investidores estão atentos às possíveis medidas punitivas do governo dos EUA contra o Brasil, intensificadas pela situação política local.

A forte atuação do Tesouro Nacional no leilão de títulos atrelados ao IPCA e à taxa Selic foi destacada, com venda de pouco mais de 1,2 milhão de títulos, concentrados em NTN-B, mas apenas 32% do lote de LFTs foi colocado.

De acordo com Paulo Henrique Oliveira, estrategista da Daycoval, a baixa demanda por LFT foi devido ao período de “hiato” do mercado. A NTN-B, por sua vez, teve boa aceitação, com saldo positivo no vértice de 2045, mesmo após a recusa de 66,25% das propostas.

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