Justiça argentina suspende decreto de Milei que acabava com feriado do Dia do Servidor
Justiça argentina suspende a eliminação do "Dia do Trabalhador estatal" enquanto governo Milei continua sua reforma contra o estatismo. A medida gera mobilização de servidores e protestos em Buenos Aires.
A Justiça argentina suspendeu nesta quinta-feira (26) uma ordem do governo de Javier Milei para eliminar um feriado para funcionários públicos.
A decisão, provisória, impede a retirada do "Dia do Trabalhador estatal", celebrado em 27 de junho, até uma sentença definitiva.
Essa ação foi motivada por um recurso da ATE (Associação de Trabalhadores do Estado).
Milei comemorou a eliminação do feriado em um discurso em La Plata, sem mencionar a decisão judicial. Ele afirmou que servidores públicos não devem ter privilégios sobre trabalhadores do setor privado.
O feriado foi criado em 2013 durante o governo de Cristina Kirchner, principal opositora de Milei agora em prisão domiciliar.
O porta-voz presidencial, Manuel Adorni, criticou a data como símbolo de um "culto ao estatismo".
O ministro de Desregulação, Federico Sturzenegger, estimou que o feriado custava cerca de 11 bilhões de pesos (R$ 50,7 milhões) ao estado.
Em 18 meses, Milei cortou cerca de 50 mil empregos públicos. Ele caracteriza o Estado como a "encarnação do Mal".
Na quinta-feira, professores e estudantes protestaram em Buenos Aires por melhores salários e recursos para a educação.
Os protestos contra as políticas de Milei também envolveram sindicatos e organizações sociais. Com essas medidas, a Argentina registrou em 2024 seu primeiro superávit orçamentário anual em 14 anos.