Justiça condena Nubank a indenizar ex-funcionário por foto simulando nudez
Nubank é condenado a indenizar ex-funcionário em R$ 10 mil por simulação de nudez em campanha publicitária. A empresa afirma ter descontinuado a prática e está avaliando possíveis recursos contra a decisão judicial.
4ª Vara do Trabalho de São Paulo condenou o Nubank a pagar R$ 10 mil por danos morais a um ex-funcionário após fazer uma imagem onde simulava nudez.
A foto foi parte de uma campanha de 2018, em que funcionários eram fotografados do ombro para cima, parecendo nus. As imagens eram utilizadas em crachás e e-mails enviados a clientes.
O Nubank declarou que decidiu "descontinuar e descartar todos os materiais" da campanha, que começou há sete anos.
O ex-funcionário alegou que a experiência foi "vexatória", sendo obrigado a realizar um ensaio fotográfico sem roupa visível. A empresa afirmou que a participação era voluntária, mas testemunhas confirmaram a pressão para a realização da foto.
A juíza Juliana Baldini de Macedo reconheceu a obrigatoriedade da foto, evidenciada pelos depoimentos. A imagem também era usada para responder emails e outros meios.
O ex-funcionário, que trabalhou de julho de 2018 a fevereiro de 2024, buscou ainda compensações por horas extras e pela ausência de intervalo de almoço. A Justiça totalizou a condenação em R$ 180 mil, abrangendo danos morais e direitos trabalhistas.
A advogada do autor da ação, Raissa Cayrez, representa outros 23 casos semelhantes e afirmou que a obrigação era consenso entre os reclamantes. O escritório planeja recorrer, buscando um valor maior por danos morais e um reconhecimento na questão da transferência entre empresas do grupo.
O Nubank não se manifestou sobre um possível recurso.