Justiça decide que trechos de lei de imigração de Portugal são inconstitucionais
Tribunal Constitucional de Portugal considera inconstitucionais partes da nova Lei dos Estrangeiros que afetam brasileiros. Presidente Marcelo Rebelo de Sousa deve decidir entre promulgar a lei ou devolvê-la ao parlamento para reavaliação.
A nova Lei dos Estrangeiros, que pode complicar a vida de brasileiros em Portugal, foi considerada inconstitucional pelo Tribunal Constitucional do país.
A proposta, aprovada em 17 de julho, foi enviada pelo presidente Marcelo Rebelo de Sousa para uma análise que resultou em parecer negativo em 8 de setembro.
Uma das principais inconstitucionalidades diz respeito ao reagrupamento familiar: imigrantes sem qualificações específicas teriam que esperar dois anos para trazer seus cônjuges e filhos, com a expectativa de até três anos e meio para resposta do governo.
Rebelo de Sousa tem duas opções:
- Promulgar a lei, mesmo com críticas.
- Vetar a norma e devolver à Assembleia para correções.
O plenário da Assembleia retoma atividades em 17 de setembro, após as férias. Rebelo de Sousa já iniciou seu descanso no Algarve.
O ministro da Presidência, António Leitão Amaro, afirmou que o governo respeitará a decisão e visa uma “imigração mais regulada”.
A advogada Érica Acosta, que redigiu uma petição com 3.500 assinaturas, destacou a estratégia de mobilização em torno da análise constitucional.
Rebelo de Sousa também mencionou insegurança jurídica causada por cláusulas da lei que dificultariam o acesso à Justiça dos imigrantes.
Advogados como Wilson Bicalho comentaram que, na tentativa de atender à comunidade europeia, as novas regras podem estar ao arrepio da Constituição.