Justiça nega acordo da Johnson & Johnson sobre talco com amianto e ações desabam
A decisão judicial obriga a Johnson & Johnson a enfrentar milhares de processos relacionados ao uso de talco, que alegam causar câncer. A companhia pode ter que provisionar um valor significativamente maior do que os US$ 9 bilhões já reservados para indenizações.
Ações da Johnson & Johnson (J&J) caem 5,6%, a maior queda em cinco anos, após a Justiça dos EUA rejeitar plano da empresa para encerrar milhares de processos relacionados ao uso de talco.
A decisão judicial significa que a J&J enfrentará cerca de 60 mil ações de mulheres que alegam que o talco causou câncer de ovário e outras doenças.
Analistas indicam que o número de processos pode ultrapassar 90 mil e que a companhia pode ter que provisionar até US$ 11 bilhões, superando os US$ 9 bilhões já reservados.
O juiz Christopher Lopez rejeitou o pedido de falência da unidade Red River Talc, ressaltando falhas como prazo curto para votação dos credores. Esta foi a terceira tentativa da J&J para resolver os litígios.
Erik Haas, vice-presidente de litígios da J&J, afirmou que a empresa retomará sua defesa nos tribunais, expressando confiança em sua posição legal.
Desde 2021, a J&J tem sido criticada por usar dispositivos legais para se proteger de litígios. A mudança para o Texas traz novas possibilidades de revisão do caso.
Advogados apoiam o acordo, mas uma minoria contestou, com o Departamento de Justiça também se posicionando contra. Críticos afirmam que a estratégia da J&J é uma tentativa de evitar responsabilidades.
As autoras dos processos alegam que a J&J vendeu talco contaminado com amianto, substância cancerígena. A empresa nega, mas suspendeu a venda do produto nos EUA em 2020.
O caso está registrado como Red River Talc LLC, 24-90505, no Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul do Texas (Houston).