Krugman: Trump se sente impressionado com seus acordos, mas na prática ele está ‘completamente nu’
Krugman critica a visão distorcida de Trump sobre acordos comerciais e suas implicações econômicas. O economista alerta para o potencial dano que novas tarifas poderiam causar, apesar da resiliência da Europa.
Paul Krugman, economista e vencedor do Prêmio Nobel em 2008, criticou o presidente americano Donald Trump nesta quinta-feira, 7, afirmando que ele tem “delirado” sobre acordos comerciais e o impacto das tarifas.
Em um artigo no Substack, Krugman mencionou que, em entrevista à CNBC, Trump alegou que a União Europeia concordou em investir US$ 600 bilhões com ele, o que o economista contestou. “Na verdade, a UE não concordou com tal coisa”, afirmou.
Krugman fez referência ao conto infantil “A Roupa Nova do Rei” ao sugerir que Trump está se sentindo imponente sem ter base real em suas afirmações comerciais. Ele alertou sobre as possíveis consequências se Trump perceber que a Europa não fez promessas concretas. “Trump pode voltar a aumentar tarifas para 35%%”, preveniu Krugman.
Segundo o economista, um aumento das tarifas teria menos impacto do que muitos imaginam, já que a dependência da Europa em relação ao mercado americano é reduzida. Ele estimou que uma tarifa de 15% pode cortar as exportações da UE para os EUA em cerca de um terço.
Apesar disso, Krugman destacou que o cenário pode se agravar caso surjam retaliações da Europa e de outros parceiros comerciais. Ele reconheceu que, se Trump continuar a usar tarifas como forma de coerção, pode enfrentar resistência maior a partir dos burocratas europeus.
Krugman concluiu que a megalomania nas políticas tarifárias de Trump é preocupante, indicando que ele pode subestimar seus limites na tentativa de intimidar outros países.