Lei “grande e bonita” de Trump: One big nothing burguer?
Economista aponta que projeto de cortes de gastos pode resultar em déficits maiores e um cenário de estagflação nos Estados Unidos. Análise sugere que os rendimentos dos Treasuries permanecerão altos apesar da desaceleração econômica.
A economista-chefe da TS Lombard, Freya Beamish, afirma que os rendimentos dos Treasuries não estão muito impactados pelo projeto de lei de cortes de gastos de Trump, recentemente aprovado pelo Senado.
Por quê? Beamish sugere que “talvez os investidores não acreditem” na eficácia do projeto, que não parece ser expansionista quando analisadas as tarifas e a deterioração dos dados econômicos. Ela alerta que a nova lei tem um efeito regressivo, favorecendo poupadores em vez de gastadores, aumentando déficits e prejudicando o lado da oferta nos EUA.
A análise de Beamish traz outros aspectos relevantes:
- O aumento efetivo de 13 pontos percentuais na tarifa até 2025 gera um grande peso fiscal.
- Os cortes de impostos na versão do Senado podem igualar as receitas tarifárias em 2026, caso o aumento tarifário seja reduzido.
- O choque tarifário é insuficiente para levar a inflação a um regime de volatilidade crescente.
- A previsão da Lombard indica que a economia dos EUA passará para uma fase de estabilidade crescente.
- O setor privado regulará os rendimentos, o que pode resultar em estagflação.
- O projeto investe no ICE para realizar deportações, afetando a oferta laboral.
Beamish conclui que essa situação pode tornar a correlação entre títulos e ações menos negativa, embora investidores possam perceber tarde demais a deterioração na qualidade dos títulos como hedge.