Lei religiosa impede bomba atômica no Irã, diz embaixador
Em sua declaração, o embaixador reafirma a posição do Irã contra armas nucleares, citando uma fatwa que proíbe seu uso. Ele também defende o programa nuclear do país como pacífico, focado em energia e saúde, enquanto desconsidera a recente escalada de ataques aéreos.
Embaixador do Irã no Brasil, Abdollah Nekounam Ghadirli, afirmou na quinta-feira (26.jun.2025) que a lei religiosa do país proíbe a construção de armas nucleares.
O objetivo do programa nuclear iraniano, segundo ele, é apenas produzir energia e medicamentos radioterápicos, negando qualquer intenção militar. “Temos uma fatwa, declaração religiosa do nosso líder supremo, que proíbe o uso de armas nucleares”, disse.
O líder supremo, aiatolá Ali Khamenei, tem autoridade sobre decisões do Parlamento iraniano.
Ghadirli ressaltou que o programa nuclear do Irã continuará, mesmo após o bombardeio dos EUA em 21 de junho, porém, não comentou sobre os danos causados.
Em 12 de junho, Israel bombardeou alvos no Irã, afirmando ter eliminado 14 cientistas do programa nuclear. Ghadirli destacou que armas atômicas são vetadas no país devido ao seu impacto devastador, mas não explicou o enriquecimento de urânio em 60%, acima do necessário.
O embaixador afirmou que o Irã respeita o TNP (Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares) e mencionou que não há limitações para enriquecimento sob o tratado.
Além disso, o governo iraniano considera suspender a adesão ao TNP, enquanto as inspeções da IAEA estão paralisadas.
Durante a entrevista, Ghadirli apresentou uma tela com imagens de pessoas mortas nos ataques de Israel, com a Embaixada do Irã relatando 400 mortos, sendo 90% civis.