Liberdade de imprensa cai a pior nível no mundo, e Brasil ganha posição pós-Bolsonaro, diz relatório
Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa revela piora global, enquanto Brasil se destaca pela melhora. O documento ressalta a relação entre crises econômicas e a fragilidade do jornalismo em diversos países.
Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa: O indicador econômico da ONG Repórteres Sem Fronteiras (RSF) atingiu em 2025 o menor nível da história.
O Brasil, por sua vez, destacou-se ao melhorar sua posição, subindo 47 lugares desde 2022. Isso se deu, em parte, pelo fim do governo Jair Bolsonaro (2019-2022).
Em 2025, a pontuação média global caiu abaixo de 55 pontos, sinalizando uma situação “difícil” para a liberdade de imprensa. Mais de 60% dos países tiveram uma pontuação prejudicada.
A RSF atribui a queda à deterioração econômica que afeta a viabilidade de veículos jornalísticos. Crises como concentração de propriedade e pressões financeiras são citadas como fatores que enfraquecem o jornalismo.
O principal fator que arrasta a pontuação é o indicador econômico, enquanto a segurança dos jornalistas é o único critério que apresentou melhora.
O Brasil ocupa a 63ª posição no ranking e é visto como positivo devido a uma mudança de clima na relação entre governo e imprensa. O diretor da RSF, Artur Romeu, destaca a ascensão do Brasil em meio a um cenário global complicado.
No entanto, o Brasil ainda é considerado problemático em termos de liberdade de imprensa, com preocupações sobre a segurança de jornalistas e a produção de conteúdos sensíveis.
Entre os países com piores classificações, a Nicarágua (172º) e El Salvador (135º) destacam-se negativamente, enquanto a Argentina (87º) e o Haiti (111º) também enfrentam desafios graves.
Bia Barbosa, da RSF, ressaltou a crescente ameaça da extrema direita à liberdade de imprensa, que distorce o conceito de liberdade de expressão e bloqueia iniciativas importantes.