‘Libertarianismo é uma filosofia egoísta de pessoas ricas’, diz Jeffrey Sachs
Jeffrey Sachs critica a ideologia libertária e a abordagem de Donald Trump na guerra comercial, ressaltando a necessidade de uma visão ética e cooperativa nas políticas globais. O economista enfatiza a importância da ação climática e a responsabilidade das potências em um mundo multipolar.
Jeffrey Sachs, economista crítico do ex-presidente Donald Trump, afirma que a guerra comercial é uma política de one-man show com justificativas “economicamente analfabetas”.
Ele critica a ideologia libertária nos EUA, promovida por Ayn Rand, como uma “filosofia egoísta” que beneficia os ricos. Sachs é diretor do Centro para Desenvolvimento Sustentável da Universidade de Columbia e participou de uma aula na PUC-Rio, rumo à COP30.
Sachs destaca que o combate à pobreza vai além de políticas públicas, requerindo uma visão ética. Ele cita o bispo Ambrósio, dizendo que o rico não dá ao pobre, mas devolve o que é dele. Critica a retirada dos EUA do Acordo de Paris e denuncia a falta de governança no mundo multipolar.
Referindo-se à China, Sachs afirma que ela pode desempenhar um papel crítico no multilateralismo e no desenvolvimento sustentável, apesar de não poder liderar sozinha.
Sobre o papel do Brasil na agenda ambiental, ele observa a biodiversidade e desafios internos. O Brasil, como anfitrião da COP30, deve aproveitar sua posição de destaque, especialmente pela saída dos EUA do processo climático global.
Ele reitera que a ação climática é urgente e que a desigualdade de renda tem crescido, mesmo com a pobreza extrema sendo reduzida. Sachs enfatiza que educação, infraestrutura e um compromisso ético são fundamentais para lidar com a desigualdade, criticando a visão libertária que nega a responsabilidade social.
Sachs também menciona o impacto da inteligência artificial no aumento da desigualdade, alertando que a tecnologia pode beneficiar a todos se houver uma visão política inclusiva. Conclui ressaltando a importância de uma orientação ética na discussão sobre pobreza e desigualdade.
Sobre a guerra comercial, ele considera a política tarifária de Trump como um erro, resultado de um diagnóstico falso e sem respaldo nos mercados. Acredita que, com a suspensão das tarifas, esse assunto não deverá ser mais relevante na política futura dos EUA.