Líder do Irã diz que EUA não destruíram programa nuclear
Khamenei defende que o ataque americano não teve sucesso significativo, enquanto líderes dos EUA e Israel alegam que o programa nuclear iraniano foi severamente atingido. O cenário de tensão permanece com desdobramentos internos, incluindo repressão a opositores e acusações de espionagem.
Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, fez um pronunciamento sobre a guerra contra Israel e os Estados Unidos nesta quinta (26), afirmando que os americanos "atingiram instalações nucleares", mas "não alcançaram muita coisa".
Essa declaração surge em meio a especulações sobre a operação militar dos EUA, que enviou sete bombardeiros B-2 e atacou duas centrais do programa nuclear iraniano.
O impacto do ataque, que deu início ao conflito em 13 de outubro, gera debate intenso nos EUA. O presidente Trump e o secretário de Defesa, Pete Hegseth, afirmam que as instalações foram "obliteradas", enquanto o chefe do Estado-Maior Conjunto, Dan Caine, e a oposição democrata questionam a veracidade dessas alegações.
Um relatório preliminar sugere que o programa nuclear pode ter sido atrasado apenas meses, não anos. Apesar disso, Trump, com apoio de dados de inteligência, continua a afirmar que o programa foi "devastado".
Em Israel, o premiê Binyamin Netanyahu celebrou a situação, mas o chefe de Estado-Maior, Eyal Zamir, foi mais cauteloso ao afirmar que a capacidade iraniana foi atrasada, mas não anulada.
A Agência Internacional de Energia Atômica declarou que é impossível avaliar a real extensão dos danos sem inspeções físicas. A situação interna no Irã também é tensa, com 26 prisões e 3 execuções sob acusação de espionagem para Israel desde o fim do conflito.
Khamenei afirmou que os EUA entraram na guerra por temor de que Israel fosse destruído, mas não abordou a possibilidade de futuros custos para agressões. A *encenação* de vitórias mútuas permite a ambos os lados se mostrarem vencedores, enquanto as razões do conflito permanecem: a dúvida sobre a bomba iraniana e a hostilidade contra Israel.
Apesar das declarações de Khamenei, a mídia estatal iraniana admitiu que houve danos significativos, gerando um debate sobre a extensão real das perdas.