Líder do PT na Câmara chama de ‘provocação infantil’ a votação surpresa marcada por Hugo Motta
Lindbergh Farias critica decisão de Hugo Motta e alerta para riscos fiscais. Ministra Gleisi Hoffmann e ministro Fernando Haddad também reagem à proposta que propõe derrubar decreto do IOF.
Lindbergh Farias, líder do PT na Câmara, criticou a decisão do presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), de pautar, de surpresa, o projeto que derruba o decreto do governo federal sobre o IOF.
A medida foi anunciada por Motta na noite de terça-feira (24) e gerou forte reação da base governista. Para Lindbergh, a escolha do deputado Coronel Chrisóstomo (PL-RO) como relator foi uma "provocação desnecessária".
A principal crítica do petista é quanto ao momento da votação. Ele ressaltou que o projeto foi pautado em uma semana esvaziada no Congresso devido às festas juninas, o que dificultou a mobilização dos parlamentares. “É uma temeridade pautar um tema de tamanha importância sem quórum em Brasília”, enfatizou Lindbergh, alertando sobre a perda fiscal de R$ 12 bilhões.
O decreto do IOF é parte de um esforço para atingir a meta fiscal de 2025, contribuindo com cerca de R$ 50 bilhões para a arrecadação do governo. A ministra Gleisi Hoffmann convocou reunião com líderes governistas e alertou que a derrubada do decreto pode comprometer a liberação de emendas parlamentares.
O ministro Fernando Haddad defendeu o decreto, afirmando que ele combate a evasão fiscal e ajuda no equilíbrio das contas públicas.
Em defesa de Motta, o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), afirmou que o governo já havia sido avisado sobre a votação. Ele também justificou a escolha de Chrisóstomo como relator, dizendo que é legítimo que um parlamentar da oposição lidere uma proposta contrária ao governo.
Lindbergh concluiu que as articulações buscam enfraquecer o governo Lula e antecipar o debate eleitoral de 2026, afirmando finalmente: “Nós não vamos aceitar que tentem paralisar o governo do presidente Lula.”