Líder supremo do Irã declara que Trump ‘exagerou’ sobre o impacto de ataques dos EUA
Aiatolá Khamenei defende a resiliência do Irã e critica a avaliação dos EUA sobre os ataques a instalações nucleares. Enquanto isso, a tensão continua com a expectativa de novas negociações entre Teerã e Washington.
Aiatolá Ali Khamenei, líder supremo do Irã, afirmou que o presidente americano, Donald Trump, “exagerou” o impacto dos ataques dos EUA contra as instalações nucleares iranianas.
Essa declaração ocorreu após a entrada em vigor de um cessar-fogo entre Irã e Israel, e Khamenei declarou que os EUA “não ganharam nada” com os bombardeios. Ele comemorou a “vitória” do Irã e afirmou que seu país deu uma “bofetada contundente” nos EUA, além de alegar que Israel “quase colapsou” com as ações de Teerã.
A ofensiva americana, realizada em apoio a Israel, atingiu três centros nucleares em Fordo, Natanz e Isfahan. O ataque foi justificado pelos EUA sob a alegação de que o Irã estava prestes a desenvolver uma bomba atômica. O cessar-fogo entra no terceiro dia após 12 dias de guerra, enquanto as negociações sobre o programa nuclear iraniano estão suspensas.
Khamenei reiterou que o bombardeio não teve um impacto significativo, contradizendo Trump, que afirmou que as instalações estavam “totalmente destruídas”. Um documento confidencial revelou que o ataque não destruiu componentes essenciais do programa nuclear, e a Casa Branca classificou a avaliação de “totalmente equivocada”.
O Pentágono insistiu que os ataques foram um “sucesso histórico”, com Hegseth, chefe do Pentágono, reforçando que o presidente Trump preparou o caminho para encerrar a guerra contra o Irã.
O Irã, em resposta aos ataques dos EUA, lançou mísseis contra Israel e uma base americana no Catar. Khamenei comentou sobre a minimização do impacto do ataque à base de Al Udeid.
O programa nuclear iraniano, que é objeto de negociações, teve sua situação complicada pela ofensiva israelense. Trump declarou que os EUA manteriam diálogos com o Irã na próxima semana, enquanto Teerã se manifesta disposto a retomar as discussões.
Antes dos ataques, Israel já havia realizado centenas de bombardeios, resultando na morte de cientistas do programa nuclear iraniano. O Exército israelense considera que a ofensiva representou um golpe duro, mas ainda é cedo para avaliar os resultados.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) considera difícil calcular os danos e perdeu visibilidade sobre as reservas de urânio enriquecido. O Conselho de Guardiões do Irã ratificou um projeto de lei para suspender a cooperação com a AIEA, o que foi considerado um “péssimo sinal” pela Alemanha e um apelo da França para retomar o diálogo.
O Irã enriqueceu urânio a 60%, próximo do nível necessário para a produção de armas nucleares. Dados oficiais indicam que a campanha militar israelense deixou 627 mortos e mais de 4.870 feridos no Irã, enquanto os ataques de Teerã em retaliação resultaram em 28 mortes em Israel.
*Com informações da AFP