Lindt avalia produzir coelhinhos de chocolate nos EUA para evitar tarifas de Trump

A fabricante suíça de chocolates Lindt & Sprüngli pode transferir a produção de seus famosos coelhinhos de Páscoa para os Estados Unidos para contornar tarifas de importação impostas pelo governo Trump.

Esse plano de investimento pode atingir US$ 10 milhões para fabricar coelhinhos, Papais Noéis e outras figuras de chocolate nos EUA, atualmente produzidos na Alemanha. A empresa não comentaria os planos específicos.

As remessas da Alemanha enfrentam tarifas de importação de 15% devido à taxação à União Europeia, e um aumento nos custos do cacau elevou os preços da Lindt em 16% no primeiro semestre deste ano.

A Lindt está avaliando investimentos na capacidade de produção nos EUA há anos e ampliando sua unidade em Stratham, New Hampshire. Nos EUA, a empresa cresceu 4,9%, alcançando US$ 843 milhões em vendas no ano passado.

Um porta-voz da Lindt destaca que estão trabalhando para tornar a produção e cadeias de suprimento mais eficientes, levando em consideração a situação das tarifas.

A possível mudança reflete as preocupações de empresas da União Europeia e da Suíça, que podem sofrer perda de receita devido a uma tarifa de 39% sobre importações suíças.

Dentre as alternativas, diversas empresas estudam a redução do impacto da taxação, seja através da transferência de produção ou diminuição da oferta.

A Lindt também considera transferir a produção do mercado canadense para a Europa, evitando tarifas retaliatórias impostas pelo Canadá aos EUA.

A empresa já fabrica muitos produtos localmente onde são vendidos, mas alguns itens ainda são feitos em instalações especializadas.
As barras Lindor, por exemplo, são produzidas na Suíça, enquanto a França é o centro de produção do chocolate amargo Excellence, e criações com nozes são, em sua maioria, originárias da Itália.