Lipodistrofia: 'Não importa quanto eu coma, meu corpo quase não retém gordura'
Arthur de Miranda Soares vive com a rara Síndrome de Berardinelli, uma condição genética que causa a falta de células de gordura em seu corpo. Apesar dos desafios e da necessidade de cuidados constantes, ele leva uma vida ativa, saudável e grata.
Arthur de Miranda Soares, 34 anos, nasceu com uma mutação genética que resulta em muito pouca gordura corporal. Ele tem síndrome de Berardinelli, ou lipodistrofia congênita generalizada, que afeta 1 em cada 1 milhão de pessoas.
Embora tenha um baixo percentual de gordura, as consequências incluem desregulação metabólica e riscos de doenças como pancreatite e esteatose hepática.
A lipodistrofia resulta na falta de adipócitos (células de gordura), levando ao acúmulo de gordura na corrente sanguínea. Isso pode causar complicações em diferentes órgãos e sistemas do corpo.
Arthur recebeu o diagnóstico na infância, o que trouxe desafios emocionais e de convivência social, especialmente devido às restrições alimentares rigorosas. Ele também enfrentou problemas de saúde, como diabetes, mas consegue controlar sua condição com exercícios e uma dieta saudável.
A síndrome, identificada pela primeira vez em 1954, é geneticamente transmitida e mais prevalente em regiões com altos índices de casamentos consanguíneos, como o Rio Grande do Norte.
Não há cura para a lipodistrofia, mas o tratamento foca no controle das complicações. Desde 2023, existe um medicamento chamado metreleptina para ajudar no manejo da condição, embora o acesso ainda seja limitado.
Arthur afirma levar uma vida ativa e independente, estudar para um doutorado e viajar regularmente. Ele espera que a síndrome se torne mais reconhecida para melhorar os diagnósticos e a qualidade de vida dos pacientes.