Lisa Cook: quem é a primeira diretora negra do Fed que enfrenta acusações de Trump sem provas

Lisa Cook, uma das poucas mulheres negras em economia, foi indicada por Joseph R. Biden Jr. para o Conselho de Governadores do Fed, tornando-se a primeira a ocupar o cargo. Sua confirmação foi difícil, com questionamentos sobre suas qualificações, exigindo o voto decisivo da vice-presidente Kamala Harris após um empate no Senado.

No dia 25 de setembro, Donald Trump anunciou a demissão de Cook, após acusações de Bill Pulte sobre falsificação de documentos. Contudo, não houve acusação formal ou condenação. A demissão pode ser contestada legalmente, pois deve haver “justa causa” para tal ação.

Desde sua posse, Cook tem alinhado suas decisões com Jerome H. Powell, mantendo taxas de juros baixas. Ela é uma “pomba” econômica, apoiando cortes graduais nas taxas e alertando sobre os efeitos da inflação pós-pandemia.

Graduada em Spelman College e com doutorado pela Universidade da Califórnia, Berkeley, Cook tem um histórico de pesquisa sobre racismo e economia. Seu trabalho revelou como a violência racial impactou a inovação entre negros americanos no século XIX e XX.

Na Universidade Estadual de Michigan, ela defendeu a diversidade na economia e publicou pesquisas sobre a discriminação enfrentada por mulheres negras na profissão, revelando altos índices de discriminação. A ativista Anna Gifty Opoku-Agyeman destacou que os ataques a Cook refletem desigualdades raciais e tentativas de deslegitimar sua posição no Fed.