Louisiana executa detento com inalação de nitrogênio, método comparado com tortura pela ONU
Homem é executado na Louisiana com método controverso e inédito no estado. A condenação foi há mais de 25 anos, mas críticas sobre o protocolo de nitrogênio e sua aplicação persistem.
Homem condenado à morte na Louisiana, Jessie Hoffman, foi executado em 18 de outubro de 2023 por inalação de nitrogênio, método utilizado pela primeira vez no estado e comparado a tortura por especialistas da ONU.
Hoffman, de 46 anos, foi condenado pelo sequestro, estupro e assassinato de Molly Elliott em 1996. Essa foi a primeira execução na Louisiana em 15 anos.
A organização Equal Justice Initiative apontou que o método de nitrogênio nunca antes havia sido aplicado por sistemas de justiça, até sua adoção no Alabama, criando controvérsia.
O novo governador da Louisiana, Jeff Landry, empossado em janeiro de 2024, implementou o uso do nitrogênio como alternativa à injeção letal, devido a dificuldades na obtenção de medicamentos necessários para execuções.
A defesa de Hoffman criticou a execução, argumentando que o novo protocolo impediu uma revisão judicial adequada. Sua advogada, Cecilia Kappel, destacou que "a morte foi sem sentido" e que Hoffman havia se transformado desde então.
Hoffman não fez uma declaração final e foi declarado morto após 19 minutos de inalação de gás nitrogênio, apresentando convulsões por cerca de dois minutos.
A ONU e a União Europeia criticam o uso do nitrogênio, chamando-o de “método não testado” e “particularmente cruel”. Desde o início do ano, a pena de morte foi aplicada em outras seis ocasiões nos EUA.
O impulso na Louisiana reflete os esforços republicanos para fortalecer a pena de morte, alinhando-se às políticas do ex-presidente Donald Trump.