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Lula 3 tem base mais infiel em 30 anos e enfrenta risco político na corrida para 2026

Fragilidade da coalizão compromete aprovação de pautas importantes para o governo. Articulação política e distanciamento de Lula com o Legislativo são apontados como fatores que agravam a situação.

Terceiro mandato de Lula enfrenta desvio histórico na fidelidade parlamentar. Apenas 72% dos votos de deputados de partidos com ministérios foram favoráveis ao governo em votações na Câmara dos Deputados.

Aproveitando-se da fragilidade da coalizão, houve derrotas, incluindo a aprovação do projeto que derrubou o decreto do IOF. A pauta foi aprovada com 63% dos votos favoráveis de partidos que controlam doze ministérios.

Uma pesquisa do Estadão revela que esse é o pior desempenho desde 1995, empatando com o segundo mandato de Dilma Rousseff. Presidentes anteriores, como Fernando Henrique Cardoso e Jair Bolsonaro, tiveram índices acima de 90%.

Descontentamento entre parlamentares é evidente. Fatores como o distanciamento de Lula do Legislativo e a falta de diálogo impactam a articulação política. O deputado Mário Heringer afirma que Lula está mais afastado do Parlamento do que nunca.

Aliados externam críticas sobre a distribuição de ministérios concentrados no PT, embora Lula tenha prometido uma frente ampla ao assumir. Insatisfações já surgiram desde 2023, com apelos por pastas mais relevantes e críticas ao Ministério da Pesca, considerado "esvaziado".

A queda de popularidade de Lula aumenta as pressões dos partidos para oferecer apoio em troca de maior visibilidade política. Com somente 28% de aprovação, a situação se complica para a reeleição em 2026.

Parlamentares estudam movimentos de oposição, com pré-candidatos de direita em ascensão. O professor de ciência política, Vinícius Alves, ressalta que a ideologização do Congresso dificulta a coesão da base de apoio do governo.

As emendas parlamentares consumiram grande parte do orçamento, reduzindo o poder de negociação do Executivo. O Estadão observa que cargos ministeriais perderam relevância, impactando a adesão ao governo.

A situação atual representa um desafio para Lula aprovar projetos que melhorem sua imagem antes das eleições. Propostas como a isenção do Imposto de Renda e a PEC da Segurança Pública enfrentam resistências no Congresso.

No entanto, o deputado Jilmar Tatto acredita que há um caminho para avançar em pautas importantes e que Lula deve buscar um diálogo mais próximo com as lideranças da base para fortalecer a articulação política.

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