Lula anuncia socorro a empresas contra tarifaço e cobra votação ‘rápida’ do Congresso; veja medidas
Governo brasileiro apresenta "plano de contingência" para enfrentar tarifa imposta pelos EUA. Medidas incluem linha de crédito, reforma de fundos, e compra governamental para mitigar impactos sobre empresas exportadoras.
BRASÍLIA — Na quarta-feira, 13, o governo Lula anunciou medidas do “plano de contingência” para combater o tarifaço dos EUA sobre produtos brasileiros.
Entre as ações estão:
- Crédito de R$ 30 bilhões para empresas afetadas;
- Aumento de compras governamentais;
- Adiamento de impostos;
- Reforma do Fundo de Garantia à Exportação (FGE).
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou uma medida provisória para a linha de crédito e ressaltou a importância da rápida aprovação pelo Congresso.
O governo denominou a iniciativa de “Brasil Soberano”, em resposta à interferência do presidente Donald Trump no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Lula afirmou que não há intenção de medidas de reciprocidade tarifária e destacou a importância de encontrar soluções durante crises.
Entre as medidas, o vice-presidente Geraldo Alckmin declarou aumento do Reintegra, que passa a oferecer:
- 3% de crédito tributário para grandes empresas;
- 6% total para pequenas empresas.
O drawback será prorrogado por um ano, permitindo que insumos importados não paguem impostos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, anunciou que as medidas serão custeadas por crédito extraordinário e que as compras governamentais serão flexibilizadas.
O tarifaço de 50% sobre produtos brasileiros entrou em vigor no dia 6 de setembro, com uma sobretaxa adicional de 40% sobre algumas mercadorias.
O governo brasileiro contesta as tarifas, ressaltando que o comércio é favorável aos EUA desde 2009.
Cerca de 45% das vendas brasileiras aos EUA estão isentas da nova sobretaxa, incluindo produtos como aviões da Embraer.
Estados como São Paulo lideram as exportações, enquanto municípios do Sudeste e Sul são os mais impactados pela sobretaxa.
Ações de socorro já foram anunciadas por alguns governadores em resposta aos efeitos do tarifaço.