Lula deixa Rússia sem falas públicas sobre guerra na Ucrânia
Lula não aborda a guerra na Ucrânia em visita à Rússia, focando em acordos comerciais. O presidente brasileiro mantém o apoio à retirada das tropas russas, mas enfrenta ceticismo sobre sua capacidade de mediar a paz.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva não abordou a guerra na Ucrânia em sua visita à Rússia, apesar de se declarar mediador do conflito.
Embora conversas privadas possam ter ocorrido com Vladimir Putin, Lula não avançou publicamente em sua intenção de mediar a paz na Europa.
Durante a visita, que começou em 7 de maio, ele enfatizou a relações comerciais entre Brasil e Rússia, assinando acordos de cooperação nas áreas de energia, espaço, ciência, tecnologia e cultura.
No dia 9 de maio, participou das comemorações dos 80 anos do Dia da Vitória, que marcou o fim da 2ª Guerra Mundial.
Lula confirmou em entrevista à The New Yorker que telefoneou para Putin para discutir o fim da guerra. O embaixador Eduardo Paes Saboia reiterou que o Brasil apoia a retirada das tropas russas da Ucrânia.
A tentativa de Lula de se posicionar como mediador da paz mundial tem sido marcada por tensões, principalmente por declarações sobre a Crimea e a continuidade do conflito que foram interpretadas como favoráveis à Rússia.
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelesnky, afirmou que Lula perdeu relevância como mediador. Em 2024, Brasil e China apresentaram uma proposta de paz e Lula foi criticado por suas sugestões sobre concessões territoriais.
Reportagem por Davi Alencar, sob supervisão de Isadora Albernaz.