Lula desembarca na China em meio a críticas a Trump e defesa do multilateralismo
Lula chega à China com agenda de fortalecimento de laços e busca por investimentos em infraestrutura. Viagem ocorre em meio a tensões entre EUA e China, com foco em multilateralismo e parcerias estratégicas.
Presidente Lula chega à China após participar do desfile militar do Dia da Vitória e se reunir com Vladimir Putin em Moscou.
A visita de Estado tem como objetivo reforçar laços diplomáticos, defender o multilateralismo e aumentar comércio e investimentos chineses em infraestrutura no Brasil.
Entre os temas, destaca-se a instalação de uma fábrica de fertilizantes no Paraná, visando reduzir a dependência de ureia importada.
Os compromissos oficiais começam na segunda-feira, com encontro de Lula e o primeiro-ministro Li Qiang em seminário para empresários.
Diante da aproximação com a China, diplomatas brasileiros buscam evitar que a visita seja vista como uma aliança automática, especialmente por causa da guerra comercial com os EUA. Lula ainda não se reuniu com Donald Trump desde sua posse.
Em entrevista à The New Yorker, Lula criticou a postura de Trump e defendeu o diálogo entre as potências, afirmando que o mundo não suportaria uma Terceira Guerra Mundial.
Durante a visita, espera-se que Lula e Xi assinem mais de 20 acordos em áreas como tecnologia, agricultura, investimentos e educação. Também será discutida a proposta de paz entre Rússia e Ucrânia.
Comenta-se que a situação da guerra comercial incentivou a China a fortalecer relações com países vistos como parceiros confiáveis.
A importância da relação comercial com a China é evidente, pois as exportações brasileiras para o país superam as vendas para os EUA e a UE.
Após as reuniões bilaterais, Lula discursará na reunião da Celac com a China, defendendo maior participação do Sul Global nas decisões globais.
O resultado da visita pode redefinir o papel da China nas relações com a América Latina, especialmente em um contexto de crescente rivalidade com os EUA.