Lula diz não ter 'nenhum problema' em ligar para Trump e discutir tarifas dos Estados Unidos
Lula se mostra disposto a dialogar com Trump sobre tarifas, mas alerta para possibilidade de retaliações. O presidente brasileiro busca resolver a questão antes de recorrer à Organização Mundial do Comércio.
Lula reafirma disposição para dialogar com Trump
No último sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou que está aberto a contatar o líder dos EUA, Donald Trump, "na hora que sentir necessidade de conversar" sobre o tarifaço previsto para próxima semana.
Durante entrevista no Vietnã, Lula disse que o Brasil busca negociar com os Estados Unidos antes de adotar medidas como a reciprocidade. Ele alertou que pode recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e sobretaxar produtos americanos, caso os itens brasileiros sejam tributados.
Lula enfatizou: "Queremos gastar todas as palavras para fazer o livre comércio com os Estados Unidos."
Trump anunciou uma taxa de 25% sobre automóveis não fabricados nos EUA, a partir de 3 de abril. Embora o Brasil não exporte para os EUA nesse setor, pode ser impactado pela cadeia global da indústria automotiva.
Além disso, Trump deve implementar tarifas recíprocas sobre países que taxam produtos americanos já no dia 2 de abril.
Lula disse que o Brasil não hesitará em recorrer à OMC ou impor reciprocidade, afirmando que "os Estados Unidos não estão sozinhos no planeta Terra." Contudo, fontes diplomáticas brasileiras afirmam que a OMC está "paralisada", sem capacidade de actionar devido à falta de juízes nomeados pelos EUA.
O vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro de Relações Internacionais, Mauro Vieira, já mantiveram duas reuniões com representantes dos EUA para discutir as novas taxas.
Lula finalizou, expressando incertezas sobre o impacto das medidas na economia americana: "Não sei se isso vai repercutir na inflação americana, no aumento da taxa de juros."