Lula diz não ver problema em ligar para Trump e discutir tarifas

Presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, em Hanói, sua disposição para dialogar com o presidente dos EUA, Donald Trump, visando evitar tarifas comerciais entre os países. A declaração ocorreu antes da imposição de taxas norte-americanas, programadas para 2 de abril.

Lula ressaltou que a ideologia não deve ser um obstáculo para a comunicação entre presidentes. Ele mencionou que o Brasil planeja recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC) e considera tarifas recíprocas, mas busca um acordo livre de tarifas com os EUA.

Trump aplicou uma taxa de 25% sobre automóveis fabricados fora dos EUA e já havia taxado a exportação de aço e alumínio do Brasil. Lula observou que os EUA devem reconhecer sua interdependência com outros países.

O presidente brasileiro retorna ao Brasil neste domingo (30), após abrir mercados para carne brasileira no Vietnã e discutir a participação do Vietnã na cúpula dos Brics.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, reforçou a meta de comércio bilateral de US$ 15 bilhões até 2030, com previsão de fluxo de US$ 7 bilhões em 2024.

Lula mencionou negociações com o Vietnã para a venda de até 50 aeronaves da Embraer e confirmou um acordo da JBS para operações no Vietnã, que poderia incluir uma fábrica de processamento de carne.

Um investimento brasileiro de US$ 100 milhões para processamento de carne no Vietnã também foi anunciado.

A Embraer e a JBS estavam entre as empresas que acompanharam Lula em sua visita ao Vietnã.