Lula e Milei fazem discursos contrastantes na Cúpula do Mercosul
Conflitos ideológicos marcam a 66ª Cúpula do Mercosul, com Lula defendendo a proteção do bloco e Milei propondo maior liberdade comercial. Ambos os presidentes priorizam a aproximação com mercados internacionais, apesar das divergências.
66ª Cúpula de Chefes de Estado do Mercosul ocorreu em Buenos Aires, dia 3 de novembro.
Após assumir a presidência temporária do bloco, Luiz Inácio Lula da Silva (Brasil) destacou a importância do Mercosul como um porto seguro em um cenário global instável.
Por outro lado, o presidente argentino Javier Milei defendeu a liberdade comercial e a possibilidade de atuação individual da Argentina.
Lula descreveu o Mercosul como uma “casa com alicerces sólidos”, que protege seus membros de “guerras de comércio exterior” e os credencia como parceiros confiáveis.
Milei, ao deixar a presidência, argumentou que o bloco deve ser uma “lança” para entrar nos mercados globais, sugerindo a flexibilização de regras e maior liberdade comercial.
Não houve encontro bilateral entre Lula e Milei, que mantêm relações marcadas por divergências ideológicas. Lula se reuniu com líderes do Paraguai e da Bolívia, enquanto Milei encontrou presidentes do Uruguai e do Panamá.
Durante sua presidência, Lula delineou cinco pilares:
- Fortalecimento da integração regional
- Novo foco em a Ásia como centro dinâmico da economia
- Busca por acordos de livre comércio com a União Europeia e EFTA
- Avanços nas negociações com outros países, como Canadá e Emirados Árabes
- Atualização de acordos com Colômbia e Equador
Conclusão das negociações com a EFTA foi anunciada em 2 de novembro, criando uma zona de livre comércio com quase 300 milhões de pessoas e PIB de mais de US$ 4,3 trilhões.