Lula e Trump: tentativas de diálogo sobre tarifa de Trump travam em Bolsonaro

Clima de pessimismo em Brasília devido à falta de resposta do governo dos EUA aos pedidos de negociação do presidente Lula.

A avaliação é de que Trump só está disposto a conversar se a situação de Jair Bolsonaro for incluída nas negociações.

Na próxima quarta-feira, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, conversará com o secretário do Tesouro americano, Scott Bessent. O objetivo é solicitar a ampliação da lista de produtos não atingidos pela sobretaxa de 50%, mas não há garantias de sucesso.

Sanções contra o STF e Bolsonaro podem ser ampliadas, com sinais de Washington após a prisão domiciliar de Bolsonaro decretada por Alexandre de Moraes. A Embaixada dos EUA criticou Moraes, indicando possíveis novas sanções.

O processo eleitoral brasileiro é central nas negociações. Trump deseja um vencedor semelhante a Bolsonaro em 2026, mas o Brasil só conversará se Bolsonaro não for incluído no diálogo.

A defesa inesperada de Bolsonaro pelos EUA surpreendeu o governo brasileiro. As discussões esperadas sobre tarifas foram ofuscadas pela situação de Bolsonaro. O Brasil enviará um relatório sobre patentes, corrupção e desmatamento em agosto, com audiências públicas marcadas para dezembro.

Interlocutores do governo brasileiro veem os EUA como um parceiro menos confiável e apontam que Trump busca um "troféu" nas negociações.

O presidente Lula também busca apoio de outros países do Brics, conversando com Narendra Modi e planejando falar com Xi Jinping. Contudo, a posição conjunta do Brics sobre as tarifas de Trump não é esperada devido à diversidade de interesses.

O governo Lula prioriza apoiar setores afetados pelo tarifaço e expandir mercados, considerando México e Canadá como parceiros fundamentais.