Lula fará balanço de reuniões para decidir sobre tarifas, diz Haddad
Haddad anuncia balanço das reuniões internacionais do Brasil sobre tarifas comerciais após retorno de Lula. O ministro defende maior generosidade dos EUA em relação à América do Sul e destaca as necessidades de investimentos em data centers nacionais.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou que o governo fará um “balanço” das conversas com autoridades globais após o retorno do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Lula sancionou a Lei da Reciprocidade, que permite ao Brasil adotar ações tarifárias e ambientais no comércio internacional. Segundo Haddad, mesmo o bolsonarismo apoiou a aprovação do projeto.
Na última semana, Haddad se reuniu com Scott Bessent, secretário do Tesouro dos EUA. Com Lula na China para reuniões bilaterais, Haddad destacou a necessidade de um balanço das negociações em curso.
Para o ministro, Bessent reconheceu a “estranheza” do Brasil ser taxado, uma vez que, ao contrário da China, possui um déficit comercial com os EUA.
Haddad defendeu a importância de acordos comerciais equilibrados com a Ásia, Europa e Estados Unidos. Ele pediu que os EUA olhem com mais generosidade para a América do Sul, que é “deficitária” nas relações comerciais com os norte-americanos.
O ministro ressaltou que os EUA deveriam ter uma visão estratégica e de longo prazo para o continente americano, visando desenvolvimento e equilíbrio regional.
Haddad enfatizou que Lula não escolherá entre EUA e China e é visto como um “genuíno democrata”. O presidente acredita no multilateralismo, tendo acesso a autoridades globais.
Além disso, a China e os EUA concordaram em reduzir temporariamente tarifas sobre produtos importados, a partir de 14 de maio de 2025, após negociações em Genebra.
Haddad destacou o diferencial da China na fronteira tecnológica, e como isso causa incômodo nos EUA. O Brasil, segundo ele, deve redirecionar sua política de data centers para garantir a segurança dos dados nacionais.
O ministro anunciou que Lula marcará a data para lançar a política nacional sobre data centers ao voltar viagem, projetando atrair R$ 2 trilhões em 10 anos.
A reforma tributária, segundo Haddad, será um legado importante, transformando o sistema em um dos melhores do mundo e permitindo a digitalização da economia brasileira. Ele previu um futuro sem papel, com tudo eletrônico, incluindo tributos.