Lula instrui aliados a se contrapor a centrão após base frustrar governo
Lula orienta aliados a intensificar críticas ao centrão e à oposição após derrotas no Congresso. A estratégia é reafirmar a busca por justiça tributária e defender a taxação dos mais ricos para financiar programas sociais.
Presidente Lula (PT) incentiva ministros a expor divergências com o centrão e a oposição após derrotas no debate sobre o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
A estratégia é mostrar que parlamentares de centro e direita, incluindo aliados, se opõem à justiça tributária.
Lula quer deixar claro que não aceitará cortes em programas sociais para preservar privilégios. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), é estimulado a defender tributos para os ricos e desoneração para os pobres.
Haddad declarou: "Estou aqui para fazer justiça tributária."
O PT lançou um vídeo promovendo a "taxação BBB: bilionários, bancos e bets" para aumentar a tributação dos super-ricos.
A discussão do IOF marcou um endurecimento do discurso do governo, especialmente após um projeto no Congresso que reverteu mudanças sem aviso ao Planalto.
O presidente da Câmara, Hugo Motta, foi criticado por sua atuação, que Lula encarou como um insulto.
A equipe de Lula acredita que há uma intenção de enfraquecer o governo em vista das eleições de 2026.
Apesar de preocupações internas, o presidente ordenou um discurso de defesa da taxação dos ricos para financiar serviços e programas sociais.
O governo enfrenta pressão após aumentar o IOF e precisa aumentar a arrecadação sem cortar despesas.
Após um recuo parcial do aumento do IOF, o Congresso aprovou um decreto para sustar esse aumento.
Haddad foi criticado por conduzir mal as negociações, e o governo percebeu que não pode contar com o Congresso Nacional.
Há um desejo de disputar ideias publicamente, mas com cautela para não causar um rompimento político.
Parte dos aliados ainda teme a repetição da história do impeachment de Dilma Rousseff (PT) em 2016, após dificuldades de articulação política no Congresso.
A frustração é especialmente voltada a Motta, que, apesar de ter apoio do PT, é influenciado por fatores do centrão e da oposição.