Lula manda carta a líder do Egito para romper bloqueio em negociação do Brics
Lula busca um consenso na cúpula do Brics para incluir menção à reforma do Conselho de Segurança da ONU na declaração final. As negociações enfrentam resistência do Egito e rivalidades internas entre os novos membros do bloco.
Presidente Lula enviou carta ao ditador do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, para resolver impasse nas negociações do Brics.
O objetivo é incluir um parágrafo na declaração final sobre a reforma do Conselho de Segurança da ONU, mencionando o pleito do Brasil por um assento permanente.
O regime de Sisi resiste, alegando que o Brics não é o fórum adequado para tal discussão. Também há rivalidades africanas sobre a representatividade, com a África do Sul e a Etiópia contestando a inclusão do Brasil.
Divergências levaram os negociadores técnicos, reunidos no Rio de Janeiro, a não chegarem a um consenso, elevando a questão para os chanceleres.
O Brics, fundado em 2009 com Brasil, Rússia, Índia e China, expandiu em 2023, incluindo Egito, Emirados, Etiópia, Irã, Arábia Saudita e Indonésia, um movimento criticado no Itamaraty.
Na reunião de 2023, o Brics endossou a necessidade de uma "reforma abrangente da ONU", mas a menção específica ao Brasil foi substituída por um reconhecimento genérico das aspirações dos países do bloco.
A delegação brasileira busca retomar os termos de 2023, que enfrentam resistência egípcia e etíope, estas defendendo o Consenso de Ezulwini da União Africana.
As chances de uma reestruturação do Conselho de Segurança são remotas em meio à crescente disputa entre Estados Unidos, China e Rússia. O Itamaraty enfatiza a necessidade de o Brasil estar bem posicionado para futuras reformas.