Lula mantém polarização e sobe tom com Bolsonaro em discursos
Lula aumenta citações a Bolsonaro e aprofunda críticas em seu terceiro mandato. Presidente busca reconectar-se com a população e reforçar a imagem de seu governo diante da desaprovação popular.
Nos primeiros meses do 3º mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) evitou referir-se a Jair Bolsonaro (PL) e o chamava de “o outro”. Porém, desde janeiro de 2025, Lula já mencionou o ex-presidente 60 vezes, mais que o dobro de 2024.
Lula critica notícias falsas e a negação da ciência por parte de Bolsonaro. O levantamento do Poder360 analisou discursos de 1º de janeiro de 2023 a 23 de abril de 2025.
Se o ritmo se mantiver, Lula superará 100 menções em 2025. Suas principais temáticas incluem a inelegibilidade de Bolsonaro até 2030 e a influência política do ex-presidente, que está em empate técnico nas pesquisas com Lula.
No cenário atual, 50,1% da população desaprova o governo Lula, embora tenha havido uma leve melhora desde março, quando a aprovação estava em 37,4%.
Programas sociais, como Minha Casa, Minha Vida e Bolsa Família, não têm gerado o mesmo engajamento. O governo busca atrair eleitores com medidas como a isenção do IR para quem ganha até R$ 5.000.
Lula mantém proximidade com o eleitor, priorizando eventos públicos e interações diretas com a população. Desde o início de 2025, suas entrevistas coletas têm sido escassas, com a maioria das falas sendo breves e informais.
O novo ministro da Secom, Sidônio Palmeira, influenciou a comunicação de Lula. Inicialmente, ele aconselhou uma abordagem mais agressiva contra Bolsonaro, mas as falas de Lula se tornaram mais centradas e menos impulsivas.
Mesmo criticando Bolsonaro, Lula se aproxima de figuras de oposição, argumentando a necessidade de cooperar em atividades institucionais. No entanto, evita falar sobre as eleições e não confirma uma possível pré-candidatura à reeleição.
Esse texto foi produzido pelo estagiário Davi Alencar sob a supervisão do editor Augusto Leite.