Lula pretende usar reciprocidade contra tarifa de Trump: veja quais importados dos EUA estão na mira
Governo brasileiro busca alternativas diplomáticas e comerciais após anúncio de sobretaxa pelos EUA. Medidas de retaliação estão sendo consideradas, incluindo a aplicação da Lei de Reciprocidade.
Taxação de 50% nas vendas brasileiras aos EUA: Um dia após o anúncio, o governo brasileiro começou a formular sua resposta.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva pretende negociar e criará um comitê com empresários para reavaliar a política comercial com os EUA. Se a sobretaxa de Donald Trump entrar em vigor em 1º de agosto, o Brasil adotará medidas de retaliação.
Lula levará a questão à Organização Mundial do Comércio (OMC), mas, se necessário, usará a Lei da Reciprocidade, que permite sanções equivalentes às impostas por outros países.
A estratégia inclui aumentar tarifas de importações dos EUA, cassação de patentes de medicamentos e elevação da tributação de produtos culturais. O Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos expressou preocupação com essa possibilidade.
Reunião com empresários: Lula se reunirá com setores mais afetados, como suco de laranja e fabricação de aeronaves (Embraer), esperando apoio no enfrentamento da situação.
Empresários que exportam para os EUA temem perdas e consideram buscar novos mercados. Lula ressaltou que o Brasil merece respeito e que essas ações são uma resposta à postura de Trump, que citou o tratamento judicial ao ex-presidente Jair Bolsonaro como justificativa.
Segundo o BTG Pactual, as novas tarifas podem reduzir as exportações brasileiras em US$ 20 bilhões até 2026. O governo também expressou incertezas sobre a continuidade das negociações diplomáticas, mas Lula não descartou contatar Trump se necessário.
Teoria de "sanção punitiva": Fontes do governo consideram a sobretaxa um ataque inédito ao Brasil, apontando que a ação de Trump parece mais política que comercial.
Opiniões: O ex-chanceler Aloysio Nunes e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticaram a decisão dos EUA como insustentável e uma agressão ao Brasil. Geraldo Alckmin, vice-presidente, anunciará um decreto em breve para regulamentar a Lei de Reciprocidade.