Lula recebe Brics com governo em pé de guerra com Congresso e dúvidas sobre futuro do bloco
Floresta de incertezas para Lula enquanto recebe líderes dos Brics em meio a crises internas. A popularidade do presidente resvala em desafios políticos e econômicos que podem ofuscar o evento internacional.
Presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebe líderes dos Brics no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro a partir de domingo (6/7). O trânsito na zona sul do Rio estará parcialmente bloqueado, com segurança reforçada.
A cúpula acontece em um momento político complicado, muito distinto da cúpula do G20 em novembro de 2024. O bloco Brics, composto por Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Etiópia, Indonésia, Egito e Irã, enfrenta críticas por seu alinhamento com China, Rússia e Irã.
O cenário doméstico é ainda mais desafiador para Lula, que experimenta uma queda de popularidade e crises políticas, especialmente com o Congresso, sobre medidas como o aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).
A popularidade de Lula em seu terceiro mandato está abaixo dos níveis de seus dois primeiros governos, caindo de 38% em março de 2023 para apenas 24% em fevereiro de 2024. Problemas como a crise do Pix e do INSS contribuíram para essa queda.
Conflitos com o Congresso também se intensificaram. O governo tentava aumentar a arrecadação via aumento do IOF, mas o decreto foi derrubado pelo Parlamento. Lula sugeriu levar a questão ao Supremo Tribunal Federal.
No âmbito internacional, os Brics estão sob pressão, especialmente após as ameaças de Donald Trump, que prometeu tarifas contra países do bloco caso criem novas moedas. A ausência do presidente chinês Xi Jinping na cúpula é um indicativo de incertezas dentro do grupo.
Analistas acreditam que Lula tentará usar a cúpula dos Brics para melhorar sua imagem, mas a maioria aponta que questões internas são mais relevantes para sua popularidade atual.