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Lula reconduz Gonet à PGR às vésperas de julgamento de Bolsonaro sobre golpe

Lula reconduz Paulo Gonet ao cargo de procurador-geral da República em meio a investigações sobre Jair Bolsonaro. A decisão antecipa o início do julgamento que pode resultar na condenação do ex-presidente por suposta participação em atividades golpistas.

Paulo Gonet foi reconduzido ao cargo de procurador-geral da República pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta quarta-feira.

Seu mandato, iniciado em dezembro de 2023, termina em dezembro de 2024. A recondução ocorreu antes do julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro por envolvimento na trama golpista.

Gonet se reuniu com Lula no Planalto, onde a recondução foi oficializada. Agora, ele deve passar por nova sabatina no Senado Federal, necessitando de pelo menos 41 votos favoráveis. Em 2023, recebeu 65 votos.

A antecipação da recondução é vista como um aceno de Lula ao procurador, indicando apoio à sua atuação. A medida busca evitar especulações sobre a sucessão no Ministério Público Federal.

Em fevereiro, Gonet denunciou Bolsonaro e 33 outros por um plano de golpe de Estado. Em julho, apresentou alegações finais ao Supremo Tribunal Federal (STF), defendendo a condenação do ex-presidente por cinco crimes.

A denúncia, com mais de 500 páginas, destaca que Bolsonaro atuou para incitar a insurreição e desestabilizar o Estado Democrático. Gonet afirmou que suas ações configuraram uma articulação consciente para a violência.

Desde que assumiu, Gonet participou ativamente na punição aos réus dos ataques de 8 de Janeiro e tomou decisões controversas, como reverter anulações de condenações do ex-ministro José Dirceu.

Em abril, denunciou o ex-ministro das Comunicações, Juscelino Filho, por suposto desvio de emendas, resultando na sua demissão. O caso pode resultar em ação penal no Supremo.

Gonet assumiu a PGR sob desconfianças, já que foi escolhido por Lula fora da lista tríplice da associação de procuradores, rompendo uma prática anterior visando evitar corporativismo.

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