Lula viaja a Honduras em busca de integração latino-americana ante Trump
Cúpula da Celac ocorre em meio a tensões com os EUA e baixa participação dos países membros. Brasil busca fortalecer diálogo regional diante de desafios políticos e econômicos impostos pela nova administração americana.
A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) realiza nova cúpula nesta quarta-feira (9) em Honduras, em meio à retórica agressiva do presidente dos EUA, Donald Trump.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viajará a Tegucigalpa nesta terça-feira (8), enquanto chanceleres dos países-membros se reúnem para discutir a cúpula.
A expectativa é que o encontro seja esvaziado, como em anos anteriores, com presença confirmada de apenas 11 dos 33 países. Entre os convidados, destacam-se os presidentes da Bolívia, México e Colômbia.
A cúpula ocorre em um momento de menos turbulência interna na América Latina, mas novos desafios surgem da política externa de Trump, que tem atacado adversários e aliados desde seu retorno ao poder.
O governo Brasil vê a reunião como essencial para avaliar a presença dos EUA na região e sua política externa ligada à Flórida, que é radical em relação a países como Venezuela e Cuba.
A questão da migração será central na agenda do encontro, embora não se espere uma declaração contundente contra Trump devido à dependência econômica de muitos membros em relação aos EUA.
A presença do presidente Nicolás Maduro na cúpula é incerta, e eventuais tensões podem surgir entre países aliados, como Lula, após acusações de fraude eleitoral.
A falta de união poderá prejudicar esforços do Brasil em unir os 33 países da Celac para uma candidatura a secretário-geral da ONU.
A professora Regiane Bressan resume a Celac como uma instituição frágil, mas acredita que o governo Lula pode usar a cúpula para se posicionar como um articulador regional e fomentar diálogos que visem aumentar o comércio regional e enfrentar impactos comerciais.