Luz artificial ‘engana’ plantas e viabiliza lúpulo no país
Com a introdução de iluminação artificial, o Brasil avança na produção de lúpulo, vital para a cerveja. Cervejarias artesanais já utilizam o lúpulo nacional, destacando sua qualidade superior ao importado.
Produção de lúpulo no Brasil avança com iluminação artificial
Brasil começa a produzir lúpulo, uma planta que consome muito e colhe pouco, utilizando iluminação artificial para simular até 16 horas de luz, essencial para o cultivo.
A técnica inibe a floração antecipada, permitindo que a planta cresça mais produtiva. O lúpulo é considerado a “alma da cerveja” e, segundo cervejarias artesanais, a qualidade do lúpulo nacional é superior ao importado devido ao seu frescor.
O investimento por hectare varia de R$ 150 mil a R$ 250 mil e o custo de produção anual é de R$ 80 mil a R$ 90 mil. No entanto, existem gargalos na logística e na falta de máquinas de beneficiamento.
Atualmente, o Brasil colhe apenas 1% do lúpulo que consome, importando o restante dos EUA e Alemanha. O cultivo ocupa 112 hectares, com 100 toneladas anuais e a importação movimenta US$ 58 milhões.
O câmbio desfavorável tem incentivado cervejarias a buscar o lúpulo nacional, que já é cultivado em 13 estados. A possibilidade de colher até três safras por ano é uma vantagem em relação a regiões com inverno rigoroso.
Produtores diversos, alguns não agropecuários, como o ator Thiago Lacerda, investem em lúpulo. Outros, como o médico Daniel Pedroso, começaram o cultivo após pesquisa e investimento em tecnologia própria.
A demanda e o custo do lúpulo nacional variam: o quilo pode custar de R$ 180 a quase R$ 300 e muitos produtores ainda não obtêm lucro. A busca por produtos brasileiros e agroecológicos está em alta, conforme destacou a mestre cervejeira Bárbara Andrade.