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Mais etanol na gasolina vai reduzir preço do combustível? Essa e outras três perguntas sobre proposta do governo

Ministro defende que aumento da mistura de etanol na gasolina pode contribuir para a redução de preços e a independência do Brasil em relação às importações. A proposta será discutida pelo Conselho Nacional de Política Energética ainda este ano.

Ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, anunciou em 17 de outubro que o governo irá propor o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%.

A proposta será apresentada ao CNPE ainda neste ano, após testes do IMT confirmarem que a mudança não compromete o desempenho dos veículos.

O aumento da mistura visa trazer diversas vantagens, mas surgem questionamentos sobre a redução de preços do etanol nas usinas de São Paulo, que está em média a R$ 3,25 o litro, enquanto a gasolina custa R$ 3,00.

Desde 1975, o Proálcool tem promovido a mistura de etanol na gasolina, que atualmente varia entre 18% e 27%.

O presidente Lula sancionou, em 2022, uma lei que permite aumentar a mistura para 35% com viabilidade técnica, sendo a proposta atual um primeiro passo nesse sentido.

Criticos apontam a menor autonomia de veículos e a concorrência com a produção de alimentos como preocupações sobre o aumento de etanol. Silveira afirma que a mudança poderá reduzir o preço da gasolina em até R$ 0,13 por litro.

Isabela Garcia, da StoneX, discorda e afirma que a queda do etanol deve-se à nova safra, não ao aumento na mistura. A tributação sobre combustíveis também influencia no preço final dos combustíveis.

O diretor da AEA, Rogério Gonçalves, destacou que a mistura pode aumentar o consumo em veículos flex e levantou preocupações para outros usos de gasolina. Contudo, testes do IMT não encontraram problemas significativos.

Sempre se considera o aumento da mistura como um passo para reduzir a dependência de importações. Silveira enfatiza que, com essa mudança, o Brasil poderá se tornar independente em relação à gasolina e até exportá-la.

Garcia aponta que o Brasil ainda importa gasolina devido à limitação de refino, onde 90% da demanda interna vem da produção nacional. Em média, estima-se que o aumento da mistura possa resultar em uma redução de 1 bilhão de litros de gasolina A consumida, diminuindo a dependência externa.

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